Era final de tarde. Eu estava sentada em frente ao mar, apreciando aquela beleza que de maneira avassaladora preenchia minha alma com uma calma inexplicável. Eu não pensava em mais nada, a não ser naquela tranqüilidade que entorpecia meu corpo de uma só vez.
Abri os braços e me assustei ao ser surpreendida por um toque em meu ombro. Virei-me e tomei conhecimento de quem se aproximara. Naquele momento toda aquela paz que me rondava, pareceu correr pra bem longe de mim. Houve uma pausa em meus movimentos, ao mesmo tempo em que sentia um calafrio por dentro, minhas pernas bambas, e meus batimentos acelerados exageradamente.
Ele então resolveu quebrar o gelo.
- Oi! Disse ele, sorrindo.
De repente senti novamente minha alma entregar-se a um êxtase de tranqüilidade. E eu que pensei que havia perdido minha paz.
- Oi! Respondi constrangida e com um sorriso tímido.
Ele começou a explicar como havia me encontrado ali, e à medida que ele ia falando eu pensava em como aquele garoto meche comigo. Era algo ainda mais inexplicável do que a calma que eu sentia minutos antes de ser interrompida por ele. Esse garoto já vinha roubando minha paz há algum tempo. Muitas vezes nos encontramos em alguns lugares. E eu já sabia algumas coisas sobre ele, e eu juro, eu não buscava informações, elas é que chegavam até mim por outros meios. Pouco a pouco fui descobrindo pontos em comum entre nós dois. Descobri sem querer até o que não quis saber. E a descoberta maior, que até pouco tempo não conseguia assumir é a mesma que hoje tento, mas não consigo fingir. Estou apaixonada por ele.
Eu não sei por que e nem como isso foi acontecer. Afinal, eu pouco o conheço, e ele também mal me conhece. Se for mais uma obra do acaso, bom... Que seja! Eu já estou acostumada. O que eu queria de verdade era saber o que ele pensa ao meu respeito...
- Então, vai responder ou não? Perguntou ele, interrompendo meu pensamento.
- Hã? Ah, claro... Sei! Enrolei-me nas palavras. E respondi a primeira coisa que me veio em mente.
- Claro? Sabe o quê? Ele falou sem entender minha resposta.
- Desculpa. Enquanto você falava me perdi em pensamentos e acabei não ouvindo as suas ultimas palavras.
- Logo imaginei. você me deu uma resposta muito sem sentido. Perguntei se você está só. Se não veio ninguém com você.
- Sim, sim. Estou só. Não estava me sentindo muito bem e resolvi vir até aqui olhar o mar. Olhar pra ele e sentir a brisa leve me fazem bem.
- E funcionou pelo jeito. Você parecia estar tão... Tão entregue ao mar, quando eu a interrompi.
- É verdade. Funcionou sim. E você está com alguém?
- Realmente você não prestou atenção no que eu te disse! Falou ele sorrindo e fingindo estar indignado.
- Desculpa mais uma vez.
- Tudo bem, besteira! Eu também estou só. Fui visitar uma tia que mora aqui perto, e resolvi caminhar um pouco por aqui. Dei de cara com você abraçando o mar. Ele abriu os braços imitando o que descrevera.
Eu sorri vendo aquela cena. E juntos nos divertimos o resto da tarde, emendando a noite num papo legal e descontraído sentados na areia daquela praia. Eu não queria mais nada naquele dia. Eu parecia estar cada vez mais leve. E ali, ao lado dele então, parecia que eu ia voar. Desejei que o tempo parasse, pra que aquele momento se tornasse eterno. Mas depois pensei melhor. E desejei que a vida continuasse pra que eu pudesse viver outros momentos tão bons quanto ou até melhores que aquele. Afinal, aquele encontro foi apenas o começo...
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2 comentarios:
concordo com o q vc disse lá!!!!
xD
Bacana!
Muito bacana esse texto!
:)
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